DesnorteadaPerdidaAchadaAtrapalhadaTalvez um pouco amadaDe pé no parapeitoDo edifício mais altoDo precipícioEu saltoE surpreendentementenão morroNão me esborrachoEu vôoMinha pequena morteNão vê asfaltoEleva-se além do impossívelBem a tempo do seu abraço
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Eu santa e puta, resisto
Poema agraciado com menção honrosa no festival de poesia de Lisboa 2020 por Fabi, feminista de fibra, carrega o mundo no coração. Jornalista e bailarina,mestre em Educação, Arte e História da Cultura, doutoranda em Antropologia, especialista em Comunicação, Direitos Humanos e Gênero, que há anos escreve para a plataforma Brasileiras pelo Mundo, que congrega mulheresContinuar lendo “Eu santa e puta, resisto”
Cotovia
Uma menina sentada na janelaEmburrada ou triste?Está lá sentadaBalança as pernas no arOlhos furiosos, dedo em risteA menina está bonitaOstenta vestido de festaMas não penteou o cabeloPorque a isso não se prestaEla sai na rua com as madeixas em desleixoOlhares repreensivos a ela não importamAltiva que é, empina o queixoUma menina sentada na janelaHá umContinuar lendo “Cotovia”
Iluminuras
De retalhos sou feitaDe peças soltas, nossa históriaIdas, vindas,encontros, buscasO tempo é nosso anjo e nosso algozTambém a distânciaa realidade pode ser desafiadorae a fantasia um refúgio de paz 25/05/2020
No sussurro de um relâmpago
No sussurro do relâmpago,intenso arrepio na espinhaTentei conter-me, mas ali estava a pele e o rosto, o sonho dele e o habitar neleTudo ali no sussurro do relâmpagoOs cabelos curtos,Os olhos negros,A fumaça e a folia…Especiarias enfeitavam o meu corpo a canela e o manjericão,a doçura do mel, a textura do mamãoNaquele leito jaziam muitosContinuar lendo “No sussurro de um relâmpago”